Apresentação Triunfo dos Empreendedores no Algarve

Apresentação O Triunfo dos Empreendedores -Faro

Tópicos de Apresentação do Livro “O Triunfo dos Empreendedores”

Loja da FNAC – Faro

Apresentação O Triunfo dos Empreendedores - Faro

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Boa tarde!

Agradecimentos:
1. Ana Narciso, responsável de comunicação da Loja da FNAC
2. Dra Isabel Gonçalves – Co-Fundadora da Hubel
3. Professor Efigenio Rebelo – Faculdade Economia do Algarve
4. Amigos presentes
5. Diretores de Agrupamentos de Escolas, Escolas Profissionais, Diretores dos Centros de Formação de Associações de Escolas, Professores, Alunos e Funcionários, dispersos por mais de 500 Escolas e 150 Municípios, todo o entusiasmo e profissionalismo com que têm colaborado e envolvido na operacionalização das diversas etapas do Programa Escolas Empreendedoras que tenho tido a felicidade de implementar ao longo dos últimos 11 anos.
6. Equipa da GesEntrepreneur, que com a sua competência e elevada capacidade de trabalho, contribuiu para que tenha sido possível alcançar os objetivos a que nos propomos, com a conceção e implementação da nossa metodologia, na área da educação para o empreendedorismo, e por essa via obter um lugar de destaque junto da comunidade educativa Portuguesa.
Caros Amigos:
A exemplo das apresentações que fiz noutras Regiões do País não vou falar muito do livro já que ele fala por si.

Aproveitarei esta oportunidade para complementar as posições, anteriormente, expostas pelos meus colegas dando ênfase à reflexão de dois tópicos que considero oportunos e que passo a expor:

1. Reconhecimento da Educação para o Empreendedorismo como uma competência chave.

2. O Papel dos Professores enquanto catalisadores de conteúdos pedagógicos baseados em metodologias de aprendizagem experiencial.
No que diz respeito ao reconhecimento da Educação para o Empreendedorismo enquanto competência chave para todos os alunos, na medida que apoia o desenvolvimento pessoal, a cidadania ativa, a inclusão social e a empregabilidade, importa ter presente que são cada vez mais os organismos supranacionais a assumirem essa realidade.
Saber trabalhar em conjunto na resolução de problemas, dividir tarefas, ouvir e partilhar ideias e sinergias entre as pessoas de um grupo para propor soluções inovadoras e mais eficientes, são competências essenciais que, inclusivamente vão passar, a integrar os estudos de avaliação do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) implementados pela OCDE. Ou seja à avaliação dos conhecimentos individuais relacionados com a matemática, ciências e literacia na língua materna junta-se agora a necessidade de avaliar as competências colaborativas dos nossos jovens.
Contudo, como todos sabemos, estas competências, não sendo novas, assumem no dealbar deste século uma importância central, enquanto elemento chave de cada um dos 4 pilares da educação que já há uns anos vem sendo reconhecido pela UNESCO ou seja : Learning to know ; Learning to do; Learning to live together and Learning to be.
Deste modo, o trabalho colaborativo não se limita ao contexto da sala de aula/espaço escola pois alunos e professores colaboram e interagem, cada vez mais, com os seus pares, sem limitação de tempo e espaço. Esta realidade é transversal a diferentes escalas de análise: local, regional, nacional e global.
Curiosamente-numa altura em que se encontra em discussão pública o documento sobre o perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória- recordo e saliento que em 2017 passam 10 anos que o Ministério da Educação publicou um Edital que apresentava o Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo.
Este já [ e passo a citar ] “atribuía particular importância à promoção de iniciativas que criem um espírito empreendedor nas escolas, que favoreçam as competências dos alunos e o seu sucesso escolar e que contribuam para a cooperação, equidade e qualidade das aprendizagens”.
Um dos princípios do citado Projeto passava por conseguir [e passo a citar] que, “os alunos pudessem ter desenvolvido, no final da escolaridade obrigatória e do ensino secundário, um conjunto multidisciplinar e transversal de competências (conhecimentos, capacidades e atitudes), em torno da organização de experiências enquadradas no currículo (disciplinares e/ou não disciplinares), que envolvam simultaneamente três dimensões: competências-chave para empreender ao longo da vida, competências curriculares, participação e ação cívica na sociedade”.
Para que se possa ter uma ideia do impacto desta iniciativa, em termos da disseminação do espirito empreendedor no Sistema Educativo Nacional, importa ter presente que apesar de assistirmos a um conjunto de Agrupamentos de Escolas, Escolas não Agrupadas e Escolas Profissionais onde estes programas têm sido implementados e até desenvolvidos o facto é que menos de 5% dos jovens em idade escolar se encontra envolvidos em programas de educação para o empreendedorismo ao longo de cada ano letivo.
No entanto pela experiência vivida e pela investigação recentemente desenvolvida no âmbito da academia, sou defensor de que a educação para o empreendedorismo é uma via privilegiada na formação das nossas crianças e jovens que se virão a revelar cidadãos ativos, socialmente integrados, participativos e, sobretudo, capazes de decidir o seu próprio futuro.
Este facto, assume particular importância ao nível da Região do Algarve, a qual, possuindo um nível residual de implementação destes programas, terá de inverter os resultados apresentados no estudo elaborado pela Multinacional Amway – VI Relatório Global de Empreendedorismo (AGER 2016) – e segundo o qual esta Região tem os mais baixos índices de atitude para empreender – 16%- comparando com 57 a 60% de outras Regiões do País.
Mesmo tendo presente que se continua a verificar que, para alguns, o empreendedorismo continua a ser visto, com desconfiança, porque apesar de estar em todo o lado (políticas públicas, discursos de responsáveis de organizações, comunicação social …), não contribui, segundo eles, para resolver os problemas da economia não sendo mais que um disfarce que serve para iludir a chaga do desemprego.
Esta é, para mim, a visão de uma elite burocrata que despreza tudo quanto seja inovador e moderno, e que infelizmente só produz eco graças a um tal nível de astúcia linguística que ganha força na passividade alheia. Naturalmente que não me revejo nesta visão, pois acredito no empreendedorismo enquanto condição absolutamente necessária para dinamizar a atividade económica de um país e garantir um crescimento inclusivo, equilibrado e sustentável.
Mas a implementação destes contextos pressupõe, em primeiro lugar, uma prévia capacitação dos nossos educadores, em contexto não formal, que lhes permita identificarem as suas próprias fórmulas / modelos, métodos /princípios /circunstâncias para terem sucesso como professores empreendedores e a reconhecerem a importância de as partilhar, dentro e fora, do espaço Escola.
É aqui que o papel da Escola e dos seus Professores assume importância primordial na preparação dos nossos jovens para um futuro mais empreendedor, proporcionando aos alunos um conjunto de ferramentas que permitam mobilizá-los para a resolução de problemas, através de pequenos desafios e atividades destinadas a incentivá-los a prepararem-se para uma sociedade cada vez mais globalizada e globalizante, onde as oportunidades são infinitas e o mercado é todo o planeta.
Ou seja, o empreendedorismo não é um conceito vago que dá qualidade a um trabalho acabado, mas sim uma forma de estar e trabalhar que permite ao nosso trabalho obter um selo de qualidade.
Apelo a uma mudança de paradigma ao nível dos modelos pedagógicos que exigem novas abordagens para uma educação de e para o sucesso – a educação para o empreendedorismo nas nossas Escolas!
Torna-se difícil começar, difícil dar o primeiro passo, mas depois de assumirmos esse estágio de interiorização não se consegue voltar atrás.
Deixo, por isso, um apelo aos Professores aqui presentes e a todos aqueles que virão a ter acesso ao conteúdo destas Cartas, para que não deixem de partilhar as suas experiencias e reflexões, não só com os colegas, mas também com a comunidade, família, amigos, redes sociais e outros círculos que frequentem.
De facto torna-se interessante pensar no efeito multiplicador que pode estar associado a cada professor, derivado da sua capacidade cognitiva que lhe permite manter cerca de 150 relações sociais estáveis, nomeadamente junto dos seus alunos, no contexto sala de aula, ou fora dela no espaço Escola, comunidade social e /ou família, ou outro círculo que o mesmo frequente e cujos contactos são mais fortes.
Acredito que se o fizerem, e eu alimento o sonho de que o conteúdo do meu livro pode contribuir para a sua mobilização, a classe de professores dará um impulso muito forte para que os nossos alunos e consequentemente a nossa sociedade, possam ser mais prósperos, justos e solidários.
E porquê? Porque passarão a estar preparados a projetar o seu próprio caminho, a enfrentar obstáculos, a aceitar desafios, ou seja a construírem o seu futuro dependendo mais de si próprios do que de vontades alheias.
Esta é, com muita humildade, a minha convicção, que deixo à vossa apreciação.
A todos, muito obrigado pela vossa presença.
Francisco Banha
Faro, 15 de Março de 2017
fbanha@gesbanha.com

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