Discurso de Apresentação do Livro – O Triunfo dos Empreendedores
Discurso de Lançamento do Livro
“Educação para o Empreendedorismo
Cartas a um Professor…
O Triunfo dos Empreendedores”
Boa tarde!
Em primeiro lugar quero agradecer o importante apoio de todos os meus amigos aqui presentes. Agradeço, também, aos responsáveis da Livraria Bertrand, do Fórum Picoas Plaza, pela cedência deste bonito e funcional espaço o qual é muito adequado a este tipo de iniciativa.
De seguida as minhas primeiras palavras são, como não podia deixar de ser, de sincero agradecimento ao meu velho Amigo, Dr. Horácio Piriquito, Diretor da Editora Bnomics por todo o empenho e competência postos na publicação deste Livro bem como pela confiança com que sempre me distinguiu durante os anos em que exerceu funções de direção editorial em jornais e revistas de cariz económico e empresarial. Uma palavra de agradecimento merece igualmente a sua competente assessora, Deolinda Ribeiro, que de forma eficaz muito contribuiu para garantir o cumprimento de todos os passos necessários ao lançamento do presente livro.
Agradeço também, muito reconhecidamente, ao Dr. Luís Palha da Silva que, desde os tempos em que tive o privilégio de o ter como Professor, e depois como mentor ao longo dos meus 30 anos de atividade empresarial, tem sido para mim uma verdadeira inspiração na prossecução dos objetivos que fixo para cada degrau da minha vida.
Sou-lhe, pois, muito grato, por, não obstante a intensidade da sua vida profissional, se ter prontificado a fazer o Prefácio deste meu 3º Livro e a estar hoje aqui presente nesta sessão para comentar o seu conteúdo. Não esquecerei tanta boa vontade e atenção.
Agradeço ainda, muito sentidamente, ao Dr. Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, não só por também se ter disponibilizado para comentar o meu livro nesta sessão, como pelo gentil contributo na elaboração do Posfácio. Tem sido para mim um privilégio partilhar o notório sucesso alcançado, nestes últimos 10 anos, pela DNA Cascais, na implementação de um Ecossistema Empreendedor de base local que hoje serve orgulhosamente de exemplo do melhor que se tem feito, ao longo do nosso país, nesta importante área do Empreendedorismo.
Creio bem que a benevolência das palavras que o Dr. Luís Palha e o Dr. Carlos Carreiras me dispensaram, respetivamente, no Prefácio e no Posfácio, e ainda nos comentários que acabaram de tecer ao meu livro, não se sobrepõem, ao espírito analítico e à independência crítica que são seu apanágio.
Um agradecimento também muito especial a todos os agentes da comunidade educativa que me ajudaram a dar cor corpo a um grande objetivo: implementar nas Escolas portuguesas os Programas de Educação para o Empreendedorismo. Por isso, muito agradeço aos Autarcas dos cerca de 150 Municípios com quem tenho tido o grato prazer de colaborar, Diretores de Escolas e de Agrupamentos de Escolas, Diretores das Escolas Profissionais, Diretores dos Centros de Formação de Associação de Escolas, Professores, Alunos, Pais e Encarregados de Educação com quem tenho contactado.
A minha ação junto da comunidade educativa e seus principais atores, sobretudo nestes dez anos passados, beneficiou em muito da diligência, competência e elevada capacidade de trabalho dos colaboradores que formam a equipa da GesEntrepreneur, e que têm merecido o reconhecimento de professores e alunos de todo o país, de resto, comprovados por alguns dos testemunhos incluídos neste Livro. Seria, pois, grande injustiça não deixar aqui, publicamente, para todos eles, uma palavra de amizade e muita gratidão. Espero, convosco, conseguir manter e elevar o nível de excelência, pelo menos, mais dez anos.
É igualmente credora da minha homenagem e reconhecimento, a Professora Margarida Gomes, pois o resultado final deste livro não seria seguramente o mesmo se nele não fosse incluído o testemunho, na primeira pessoa, das diferentes fases da Metamorfose que o Professor deverá percorrer para imprimir novas dinâmicas no seu quotidiano escolar e, com isso, orientar os seus educandos na concretização dos seus projetos de vida.
Não podia também deixar de agradecer publicamente à minha amiga Dra. Carla Coelho não só pelo excelente trabalho de revisão do livro mas, principalmente, pelo permanente suporte ao nível das sugestões e críticas que muito contribuíram para melhorar o conteúdo das mensagens que, através dele, pretendi transmitir.
Caros Amigos:
Este livro, que se apresenta sob a forma de Cartas, traduz a minha visão pessoal das dinâmicas que envolvem o Empreendedorismo e do papel que a Educação e os Professores podem ter na criação de instrumentos adequados ao estímulo da atitude empreendedora nos alunos de hoje para lograrmos alcançar, no futuro, uma Sociedade mais justa, só possível se plena de indivíduos realizados e criativos.
Estas Cartas são, assim, um pequeno legado de experiencias e reflexões sobre o que tem vindo a ser feito no domínio da Educação para o Empreendedorismo e os desafios cruciais com que a Escola e, muito particularmente os Professores, se defrontam, na medida em que são, simultaneamente, “agentes e objeto de mudanças”.
Neste contexto é dado a conhecer, com exemplos reais de ações efetivamente levadas a cabo na generalidade dos Municípios portugueses, abrangendo todos os níveis de ensino, que a integração da Educação para o Empreendedorismo no sistema educativo é, também no nosso país, um importante motor não apenas de desenvolvimento social e económico, mas de valor humano, sobretudo porque proporciona a capacitação de professores e alunos a saber, descobrir e defender o novo, abrindo espaço para um futuro onde os novos talentos e as novas criações se sobrepõem às ideias pré-concebidas, à aversão à mudança e ao medo de falhar.
Acredito que, para alguns, o empreendedorismo seja visto, atualmente, com desconfiança. Há até quem o qualifique como a palavra da moda, que está em todo o lado – políticas públicas, discursos de responsáveis de organizações, comunicação social e inúmeras iniciativas – mas sem produzir qualquer contributo para resolver os problemas da economia. E há até quem o qualifique como um disfarce que serve para iludir a chaga do desemprego.
Este é, para mim, o discurso dos minimalistas, dos que manipulam a informação e influenciam a opinião pública com a sua visão redutora e de negação ao que está para vir antes de acontecer, a que mais não leva senão à cristalização do país e à irracionalidade económica.
É o discurso de uma elite burocrata com alguns tiques totalitários e discriminatórios de tudo quanto seja inovador e moderno, e que infelizmente só produz eco graças a um tal nível de astúcia linguística utilizada que ganha terreno perante a passividade alheia.
Naturalmente que não me revejo nesta visão, pois acredito no empreendedorismo enquanto condição absolutamente necessária para dinamizar a atividade económica de um país, criar emprego, gerar riqueza e o bem-estar das suas populações.
Efetivamente, o Ecossistema Empreendedor português tem vindo a percorrer o seu caminho de forma sustentada, por já reunir os diversos atores e instrumentos que são considerados necessários ao seu funcionamento. Naturalmente que este funcionamento ainda não é o ideal, uma vez que nos encontramos numa situação em que urge atingir um adequado nível de otimização, através multiplicação da eficácia e não do desperdício de recursos devido ao isolamento em que vivem várias das iniciativas para não falar mesmo dos seus respetivos atores.
Pois bem, é necessário continuar a alimentar o que se começou, levando a cabo o processo contínuo de eficácia do Ecossistema Empreendedor Nacional, para que o mesmo seja capaz de mobilizar e conjugar, sem inibições absurdas, todas as competências e energias disponíveis para produzir mais e melhores outputs, como, por exemplo, maior número de casos de sucesso.
Não tenho a pretensão de pensar que o meu livro possa vir a constituir um conjunto de lições sobre o tema da Educação para o Empreendedorismo.
Todavia, até prova em contrário, acredito que ele possa fornecer a todo o universo de atores que formam a comunidade educativa, e muito em particular àqueles que têm a nobre responsabilidade de orientar os nossos filhos, um adequado enquadramento para, nas condições de incerteza e de risco que caracterizam as nossas sociedades, ajudar a implementar contextos de aprendizagem.
Contextos estes, baseados em metodologias experienciais, que apoiem esta geração de alunos, e as gerações vindouras, a encontrar e cultivar a sua “semente de ouro”, ou seja, as aptidões e competências que determinarão o seu modo de vida. Serão, seguramente, estes jovens que mais hipóteses terão de interiorizar a cultura empreendedora que permita o seu desenvolvimento pessoal, a cidadania ativa, a inclusão social e a empregabilidade, como tão bem tem sido referenciado pela Agência Europeia Eurydice.
Mas a implementação destes contextos pressupõe, em primeiro lugar, uma prévia capacitação dos nossos educadores, em contexto não formal, que lhes permita identificarem as suas próprias fórmulas para terem sucesso como professores empreendedores e a reconhecerem a importância de as partilhar, dentro e fora, do espaço Escola.
Deixo, por isso, um apelo aos Professores aqui presentes e a todos aqueles que virão a ter acesso ao conteúdo destas Cartas, para que partilhem as suas experiencias e reflexões, não só com os colegas, mas também com a comunidade, família, amigos, redes sociais e outros círculos que frequentem. E este efeito multiplicador assume ainda mais importância se considerarmos que, segundo o número de Dunbar, existe a possibilidade de cada Professor conseguir chegar a cerca de 150 pessoas que fazem parte do seu grupo social. Ora, se pensarmos que existem mais de 100 mil professores portugueses, facilmente se percebe o efeito que esta partilha teria na disseminação do espírito empreendedor!
É, certamente, um caminho difícil de percorrer, mas também é certo que todos os que assumirem a responsabilidade de orientar os nossos jovens chegarão ao final da viagem muito mais enriquecidos.
E essa orientação, tal como tento demonstrar ao longo do meu livro, implica preparar os nossos estudantes para a vida após a Escola, rompendo com os paradigmas tradicionais e transformando mentalidades.
Contrariamente a fases mais recuadas do processo histórico de evolução da humanidade, em que somente os mais instruídos e qualificados assumiam, por via do monopólio do conhecimento e da superioridade intelectual, posições de liderança, de estatuto e de melhores regalias sociais, hoje, a generalidade dos jovens tem elevadíssimas qualificações, não sendo, infelizmente, este requisito condição bastante para garantir a sua entrada no mercado de trabalho, que continua a relevar uma taxa de desemprego jovem preocupante.
Pois bem, romper com os paradigmas tradicionais, significa proporcionar aos nossos jovens estudantes, por mais elevadas que sejam as suas qualificações ou conhecimentos científicos, instrumentos que lhes permitam desenvolver competências, promover atitudes e capacidade de interpretar a informação e transformá-la em conhecimento.
A expressão “O Triunfo dos Empreendedores” que integra o título do livro foi inspirada na visão e na filosofia de vida do grande produtor cinematográfico, e também empreendedor, Walt Disney. As palavras que dele transcrevi na mensagem inicial do meu livro são, a meu ver, um exemplo inspirador de quem soube verdadeiramente triunfar.
Mas esta expressão, tem também subjacente a convicção de que o futuro êxito de cada um dos nossos alunos depende da orientação que lhe soubermos dar hoje, por via da utilização dos instrumentos atrás referidos, que lhe permitirão aprender a projetar o seu próprio caminho, a enfrentar obstáculos, a aceitar desafios, ou seja, a construir o seu próprio futuro dependendo mais de si próprio do que de vontades alheias.
É uma convicção, porventura imodesta, que deixo ao vosso julgamento.
Muito obrigado pela atenção que me concederam.
Antes de terminar gostaria apenas de fazer o meu último reconhecimento.
O meu agradecimento à minha mulher, Paula, e ao meu filho, Francisco, por terem estado sempre ao meu lado, quer nos bons momentos quer nos mais adversos, permitindo, com o seu apoio incondicional, que seja hoje um Homem ainda mais Feliz por ter concretizado também este Sonho.
Francisco Banha
25 de novembro 2016